BrOffice renasce mais ágil e mais completo no LibreOffice

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Em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, é cada vez maior o apoio à adoção de formatos abertos para a armazenagem de documentos. Isto dá ao usuário uma liberdade bem maior quanto aos softwares que irá utilizar para ler e editar tais documentos, não ficando mais obrigado a usar softwares proprietários de um ou de outro fornecedor específico. Com o objetivo de disponibilizar uma alternativa livre e aberta aos programas proprietários para escritório (editor de textos, de planilha e de apresentações) e dar apoio a formatos abertos de armazenamento de documentos, a empresa Sun adquiriu, em novembro de 1999, a empresa StarDivision, que havia desenvolvido na década de 90 a suíte de escritórios StarOffice. Com a liberação do código fonte da suíte de aplicativos em julho de 2000, a comunidade usuária passou a poder contar com uma alternativa robusta e de qualidade, além de livre e gratuita, ao produto líder do segmento, o pacote Microsoft Office. As versões posteriores do Staroffice se basearam na versão livre do Openoffice com o acréscimo de componentes proprietários.

Com a aquisição da Sun pela Oracle, consumada em 20 de abril de 2009, a comunidade de usuários da suíte de escritórios OpenOffice manifestou sua preocupação quanto ao futuro do desenvolvimento do produto. No dia 28 de setembro de 2010, membros chave da comunidade OpenOffice formaram um novo grupo chamado The Document Foundation, e publicaram uma nova versão da suíte OpenOffice, rebatizada com o nome LibreOffice. A Oracle foi convidada a se associar à fundação e a doar a marca OpenOffice.org ao projeto mas a oferta foi recusada. Em abril de 2011, a Oracle anunciou sua decisão de descontinuar o desenvolvimento de uma versão comercial do OpenOffice.

A expectativa é que, estando o desenvolvimento do software integralmente nas mãos da comunidade, sua evolução possa se dar de forma mais natural e ágil. A maior parte das empresas que sempre estiveram envolvidas no desenvolvimento do OpenOffice, como Red Hat, Novell, Google e Canonical (criadora do Ubuntu), se associaram para oferecer suporte à fundação TDF (The Document Foundation), uma iniciativa para promover e dar suporte à adoção de formatos abertos para documentos, e à suíte LibreOffice, o pacote de software livre mais completo atualmente para trabalhar com tais formatos. Além destas empresas de renome, diversos desenvolvedores independentes se associaram ao projeto, tornando bem mais dinâmicas as atividades de desenvolvimento e de suporte a este produto livre de ótima qualidade.

A primeira versão do antigo OpenOffice já traz diversos recursos adicionais, como por exemplo a possibilidade de importação de arquivos no formato Lotus Word Pro e Microsoft Works e o recurso de importação direta de figuras no formato SVG (Scalable Vector Graphics). Além dos novos recursos, a equipe de desenvolvimento está empenhada em organizar e limpar o código original do OpenOffice, tornando-o mais leve, rápido e fácil de manter. Deve ser ressaltado que o LibreOffice é idêntico ao OpenOffice no que diz respeito a oferecer compatibilidade, para leitura e escrita, com os formatos proprietários do Office da Microsoft, o que facilita a migração gradativa para formatos abertos.

A suíte de escritórios LibreOffice versão 3.3 pode ser baixada diretamente da página oficial do projeto, estando disponíveis versões para os sistemas GNU/Linux, Windows e Mac OS X. Como existe na Unicamp um estudo para promover mais fortemente a adoção de formatos abertos para documentos oficiais, a suíte LibreOffice será certamente uma das alternativas que poderão contribuir para o sucesso desta iniciativa.

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